Febre Oropouche: o que você precisa saber sobre o primeiro caso registrado no Rio de Janeiro. Mais 7 sintomas.
Febre Oropouche
A Febre Oropouche é uma doença viral transmitida por mosquitos que pode causar sintomas como febre, dor de cabeça, dor nas articulações e erupções na pele. O nome da doença vem do rio Oropouche, na região amazônica, onde foi identificada pela primeira vez em 1955. Desde então, a Febre Oropouche já causou mais de 500 mil casos em países da América do Sul e Central, principalmente no Brasil, Peru, Venezuela e Colômbia.
No dia 9 de março de 2024, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou o primeiro caso de Febre Oropouche no estado, em uma mulher de 37 anos que mora na cidade de Niterói. A paciente relatou que viajou para o Pará no mês de fevereiro, onde pode ter sido infectada pelo vírus. Ela apresentou os primeiros sintomas no dia 28 de fevereiro e procurou atendimento médico no dia 2 de março, sendo diagnosticada com Febre Oropouche após exames laboratoriais. A paciente está em isolamento domiciliar e passa bem.
Segundo o infectologista Luiz Fernando Costa, da Fiocruz, a Febre Oropouche é uma doença que tem um ciclo de transmissão silvestre, ou seja, que ocorre entre animais e mosquitos na floresta. No entanto, o vírus pode ser levado para áreas urbanas por meio de pessoas infectadas ou de mosquitos vetores, como o Culicoides paraensis e o Aedes aegypti. “A Febre Oropouche é uma doença que pode se tornar uma ameaça para a saúde pública, principalmente em áreas onde há alta densidade de mosquitos e baixa cobertura de saneamento básico”, alerta o especialista.
Quais são os sintomas da Febre Oropouche?
A Febre Oropouche tem um período de incubação de 3 a 8 dias, ou seja, o tempo entre a picada do mosquito infectado e o aparecimento dos sintomas. Os sintomas mais comuns da doença são:
- Febre alta, que pode durar de 3 a 7 dias
- Dor de cabeça intensa, que pode afetar a região frontal, temporal ou occipital
- Dor nas articulações, que pode afetar os joelhos, cotovelos, punhos e tornozelos
- Erupções na pele, que podem surgir no tronco, braços e pernas
- Dor nos olhos, que pode ser acompanhada de vermelhidão e sensibilidade à luz
- Dor no abdômen, que pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e diarreia
- Mal-estar geral, que pode incluir fraqueza, perda de apetite e irritabilidade
Em alguns casos, a Febre Oropouche pode causar complicações mais graves, como meningite, encefalite, hemorragia, surdez e aborto. Por isso, é importante procurar atendimento médico assim que surgirem os primeiros sinais da doença.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento da Febre Oropouche?
O diagnóstico da Febre Oropouche é feito por meio de exames laboratoriais, que podem detectar a presença do vírus ou de anticorpos no sangue do paciente. O diagnóstico clínico, baseado apenas nos sintomas, pode ser difícil, pois a Febre Oropouche pode ser confundida com outras doenças febris, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Não há vacina ou tratamento específico para a Febre Oropouche. O tratamento é sintomático, ou seja, visa aliviar os sintomas e evitar as complicações. O paciente deve fazer repouso, hidratação e uso de medicamentos analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica. O uso de anti-inflamatórios e de ácido acetilsalicílico deve ser evitado, pois pode aumentar o risco de sangramento.
Como prevenir a Febre Oropouche?
A prevenção da Febre Oropouche depende do controle dos mosquitos vetores e da proteção individual contra as picadas. Algumas medidas de prevenção são:
- Evitar viajar para áreas endêmicas ou epidêmicas da doença, principalmente se estiver grávida ou com baixa imunidade
- Usar roupas claras, compridas e que cubram a maior parte do corpo
- Aplicar repelente de insetos na pele exposta, seguindo as instruções do fabricante
- Usar telas, mosquiteiros e inseticidas para proteger o ambiente doméstico
- Eliminar os possíveis criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada, lixo, pneus, vasos de plantas, etc.
A Febre Oropouche é uma doença que pode se espalhar rapidamente e causar surtos em áreas urbanas. Por isso, é importante estar atento aos sintomas, buscar atendimento médico e seguir as recomendações de prevenção. Assim, você estará contribuindo para a sua saúde e para a saúde coletiva.